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Este trabalho tem como foco processos de práxis musical e formação em música promovidos por grupos e comunidades afro-brasileiras do Nordeste do país. A pesquisa tem como objetivo geral compreender como esses grupos têm utilizado perspectivas e estratégias para a formação em música com vistas a promoção da aprendizagem e ressignificação de suas práxis musicais, a consciência racial e a transformação cultural das suas comunidades e da sociedade em geral, analisando ainda como essa realidade pode dialogar com diretrizes para a formação institucionalizada em música no país. O trabalho é fundamentado nas perspectivas teóricas de Paulo Freire acerca da educação popular e da pedagogia crítica, bem como em pesquisas e estudos atuais sobre o racismo no Brasil, a colonialidade na educação formal em música no país e os caminhos para a proposição de práxis formativo-musicais comprometidas com a ética e a justiça social. A pesquisa é de natureza qualitativa e tem como suporte metodológico uma abordagem etnográfica, que abrange: pesquisa documental, observação participante, entrevistas, aplicação de questionários, gravações de áudio, filmagens, fotografias e etnografia virtual. O estudo traz uma contribuição importante para a compreensão de práticas e ações de formação em música em comunidades afro-brasileiras do Nordeste, refletindo sobre como essas manifestações têm definido e desenvolvido práxis musicais e educativo-musicais com vistas a promover uma consciência racial e uma práxis cultural antirracista, tanto nos seus contextos locais quando em dimensões mais abrangentes da sociedade.