O presente artigo introduz algumas reflexões acerca dos desafios inerentes à realização de pesquisas qualitativas de tipo predominantemente participante envolvendo a participação de crianças de maneira remota. O texto apresentado focaliza aspectos selecionados de uma pesquisa de caráter mais abrangente, a qual teve por objetivo investigar processos criativos musicais infantis a partir das condutas musicais de trocas de saberes observáveis em jogos de improvisação musical de crianças de 3 a 10 anos, livres e mediados, em busca de uma abordagem reflexiva, no intuito de apontar aspectos emergentes, significativos e inovadores do desenvolvimento e da aprendizagem musical infantil. O método de pesquisa empregado nessa investigação seguiu uma abordagem qualitativa de tipo preponderantemente participante, incluindo observações clínicas participantes, entrevistas clínicas semiestruturadas e análises clínicas, baseadas no método clínico piagetiano. Além disso, a prática dessa pesquisa, realizada em grande medida durante a crise sanitária COVID-19, revelou, em razão de sua inerente complexidade, a necessidade de desenvolvimento de determinadas noções (instrumentos reflexivos) ou dispositivos metodológicos e analíticos específicos, tais como a ‘noção de pesquisa exploratória continuada e mediada’, a ‘noção de campo exploratório da criatividade musical infantil’, e a ‘noção de complexidade composicional Inter condutas’. Contextualiza-se aqui, suscintamente, a noção de pesquisa exploratória continuada e mediada.