A Semana da Música, criada no Distrito Federal em 1948, era um evento anual organizado pelo Serviço de Educação Musical e Artística (SEMA) que mobilizava toda a rede de ensino público do Rio de Janeiro e contava não somente com apresentação de alunos, mas também de grupos profissionais em escolas e teatros diversos, sendo a programação divulgada nos jornais de grande circulação da época.  Dessa forma, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre a Semana da Música como forma de resistência, manutenção e valorização da atividade musical nas escolas e também vitrine das realizações do SEMA, importantes para justificar a presença da música no currículo escolar, especialmente a partir dos anos 1960, quando o Canto Orfeônico deixou de ser disciplina obrigatória nas escolas brasileiras e foi criado o Estado da Guanabara (1960-1975). A metodologia utilizada foi da pesquisa bibliográfica e documental. As principais fontes de pesquisa foram os Boletins do SEMA, a Revista TEMA e jornais e periódicos disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. O referencial teórico se apoia especialmente nos estudos sobre a história das disciplinas escolares de Chervel (1990) e nos conceitos de estratégica e tática da teoria do Cotidiano de Michel de Certeau (2009). A pesquisa demonstrou que a Semana da Música foi, de fato, uma importante ferramenta para a manutenção da música nas escolas públicas do Estado da Guanabara.