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A fábrica de vídeos-mosaico: Um olhar sobre uma prática paliativa de canto-coral em período de pandemia
Última alteração: 2021-10-10
Resumo
Os vídeos corais no formato de mosaicos musicais, elaborados por meio da junção e sincronização de áudio e vídeo captados de maneira remota realizados por coros Brasil afora, tornaram-se populares e uma das poucas opções paliativas de práticas coletivas em meio ao isolamento social. Por conta disso, esse texto suscita uma discussão crítica sobre algumas dessas experiências adotadas em caráter emergencial. Tendo em mente a perspectiva pedagógica musical atrelada ao canto coral, algumas questões surgem ao se empregar essa atividade remota: quais os objetivos do regente ao realizar o vídeo mosaico? De que forma o regente, no papel de educador, consegue obter elementos para monitorar e desenvolver as práticas interpretativas dos cantores nesse contexto? Tendo em vista a exequibilidade da proposta performática, como que alguns regentes lidam com a demanda de vídeos considerando o tempo de produção? Por que os vídeos mosaicos tendem a supervalorizar o produto final em detrimento do processo de elaboração? Expostos esses questionamentos, lança-se mão das reflexões realizadas sobre práticas de regente, editor de áudio e coordenador geral de escola de música municipal do autor do presente texto, de março de 2020 até julho de 2021. Muito distante do intuito de apresentar respostas unívocas para as problematizações, o relato lança um olhar crítico sobre as intenções dos regentes na perspectiva de educadores, que, por pressão dos empregadores ou não, acabam supervalorizando o produto final, impregnando a atividade com as demandas mercadológicas de eficiência, rapidez e produtividade em detrimento do dever da educação musical.
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