Última alteração: 2019-10-18
Resumo
O presente artigo tem como objetivo levantar discussões sobre os diversos paradigmas que desencadeiam contrapontos nos caminhos da educação musical quando vista sob uma perspectiva decolonial e afrocentrada, tendo em vista que a música da diáspora africana tem em sua matriz uma grande diversidade étnica, e que, em muitos casos, ela ainda é fundamentada em métodos ou teóricos de origem europeia como Carl Orff, Jaques Dalcroze e Edgar Willens, por exemplo. Podemos constatar que estamos diante de um grande desafio no que tange às práticas existentes no arcabouço teórico e pedagógico que um/a educador/a musical deverá construir para atender às diversas demandas existentes numa sala de aula, especialmente, quando trazemos à luz temas diretamente ligados às questões étnico-raciais, racismo, diversidade cultural, gênero, diversidade religiosa, entre outros. Frente a essa questão, surge uma série de implicações epistemológicas que nos leva a pensar e questionar a estrutura operante do sistema hegemônico que estabelece os padrões normativos ainda assentados sobre uma lógica eurocêntrica, patriarcal e branca predominantes nas práticas da educação musical. Características essas que subalternizaram e inferiorizaram o conhecimento não branco e não europeu durante o período da colonização e que permanecem ainda sendo a espinha dorsal que sustenta a base da estrutura do poder, do saber e do ser.