Este estudo investiga a relação entre religião e repertório cultural, buscando entender como as crenças individuais influenciam a adesão de estudantes de graduação a um determinado repertório musical. O foco recai na formação desses estudantes como músicos e educadores, seja na licenciatura ou como professores particulares de seus instrumentos. Para isso, revisamos as leis 10.639/03 e 11.645/08, que promovem a inclusão de conteúdos relacionados à cultura afro-brasileira e indígena na educação. Desenvolvido por três pesquisadoras da área de Educação Musical, com ênfase nas vozes e relações étnico-raciais, o artigo se baseia em um grupo de alunos do curso de Música da xxxx, envolvidos na disciplina de Canto Coral. A metodologia utilizada consistiu em uma análise crítica dos dados coletados, culminando na conclusão de que é essencial reforçar o papel da música como um meio de fortalecimento da identidade cultural e racial. Além disso, destacamos a importância da universidade na formação de profissionais capacitados para lidar horizontalmente com a diversidade dos grupos sociais. A pesquisa teve início após a resistência de parte da turma em interpretar canções por fazerem referência a divindades do candomblé. A partir dessa situação, refletimos sobre a intersecção entre Educação Musical e as Relações Étnico-Raciais, abordando temas como Racismo Estrutural, Branquitude, Identidade Racial e Pluralidade Cultural, tendo como referência autores como Valnei dos Santos Souza, Luan Sodré, Nilma Lino Gomes, Sueli Carneiro e a escrita inspirada na Escrevivência de Conceição Evaristo.