Neste texto tenciono compartilhar, de modo teoricamente fundamentado, minha experiência ao formular e implementar disciplina em andamento, decorrente de pós-doutorado recém realizado. Será problematizado o modelo conservatorial no ensino superior de música, e relatada uma experiência desenvolvida no enfrentamento a alguns dos limites daquele modelo, a partir da incorporação de determinações dos processos de ensino-aprendizagem tais como ocorrem na música popular, em especial no samba urbano do Rio de Janeiro. Objetiva-se com isso, para além de socializar a experiência e a reflexão sobre o assunto, compartilhar esforços no sentido da prospecção de caminhos para a superação dos impasses postos pelo modelo conservatorial no ensino superior de música. Isso porque, apesar do importante acúmulo já existente na área da educação musical, de uma crítica consistente aos limites, e mesmo aos fundamentos, daquele modelo, sua persistência indica a necessidade de aprofundamento da formulação crítica e do desenvolvimento de experiências práticas de enfrentamento do problema. Emprega-se no texto a revisão de literatura sobre os temas do papel da instituição escolar, do modelo conservatorial e das possibilidades de intercâmbio entre processos de ensino-aprendizagem na música popular e no trabalho acadêmico, sucedida pelo relato sucinto de uma experiência em andamento, da formulação e implementação da disciplina “Laboratório de Samba I” em curso de música em universidade federal.