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Ainda é bastante frequente a concepção de que é necessário talento inato ou dom para se fazer aulas de música, excluindo automaticamente uma parcela da população. Esta concepção fica mais evidente, quando trata-se do aluno com algum tipo de deficiência, caracterizando uma visão capacitista e discriminatória por parte de pais e professores de música, em relação à pessoa com deficiência. O objetivo deste artigo é compreender o engajamento musical do aluno com autismo sob uma perspectiva anticapacitista, em uma pesquisa com o aluno e não sobre ele. Durante as aulas de música os alunos engajam-se musicalmente com instrumentos musicais, entre eles, com o professor e durante práticas musicais variadas. Desta forma, compreender o engajamento musical da pessoa com autismo é essencial para que o professor de música possa orientá-lo da melhor forma. Optou-se pela pesquisa qualitativa, assim como pela revisão narrativa, a fim de compreender o teor das pesquisas realizadas, suas configurações metodológicas, tendências, recorrências e lacunas. O estudo foi realizado em três etapas: na primeira etapa foi realizado um mapeamento das publicações sobre engajamento musical na perspectiva comportamental. A segunda etapa consistiu na apresentação dos modelos existentes de análise do engajamento (musical) e na terceira e última etapa, perspectivas para um engajamento musical do aluno com autismo. Foram delineadas quatro formas de engajamento musical: unilateral, diádico, triádico e colaborativo. Neste estudo optou-se por destacar as potencialidades e habilidades da pessoa com autismo nos engajamentos musicais, buscando uma perspectiva anticapacistista do mesmo.